Fábio Trummer, do 'Eddie', se une a Diego Reis e Lucas Bori, do
'Vivendo do Ócio', para juntos criarem um dos melhores álbuns de rock
brasileiro.
Há tempos que Fábio
Trummer tem a necessidade de dar vazão a sua veia mais roqueira –
uma vez que o 'Eddie' sempre experimentou outros estilos, mesmo
predominando a mistura de frevo com surf-music.
A ideia era se
aproximar do universo punk-rock, que foi a partícula criadora de
toda a carreira do próprio Trummer. Para isso, ele chamou dois novos
colegas – e fãs do trabalho com o 'Eddie' – Dieguito Reis e
Lucas Bori, bateirista e baixista do 'Vivendo do Ócio',
respectivamente. Juntos criaram o 'Trummer Super Sub América' –
nome inspirado em Eduardo Galeano, que categoriza a América do Sul
como uma sub-américa.
O novo álbum, segue
essa premissa com letras fortes e impactantes, com arranjos
executados no formato de “power trio”. Em 'SAS', Trummer evoca
uma ode à América do Sul, chancelando os heróis assassinados, as
festas, geografias e até políticas etc. 'Medo da rua' parece
oportuna neste momento de manifestações populares e repressões
governamentais.
Quase como uma ópera
punk-rock, o roteiro do álbum segue com 'Ardendo em chances',
ressaltando as consequências relacionadas ao clamor do povo em
descontentamento. 'Eu tenho fé' injeta um miligrama de esperança na
situação atual – sentimento que não norteava a versão original
de Rogerman, líder do 'Bonsucesso Samba Club', gravada em 2010 e
2012 (antes dos movimentos populares).
'Música Canibal'
reflete uma autofagia da amada pátria, seguida à analogia entre o
frevo e o blues, 'De Olinda ao Mississipi'. Em 'Descompasso' Trummer
apresenta um riff poderoso ao serviço da letra pungente sobre a
distorção da realidade. 'The end' ameaça a vida com pessimismo de
proporções apocalípticas.
'Sindicato natural'
critica as formas de associações enquanto 'Só faltou' encerra o
petardo de forma otimista. Um dos melhores discos de rock do ano.
Pode baixar sem erro. Vida longa ao 'Trummer SSA'.
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